segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Sobre o Orçamento da RAM para 2015 - o último de Jardim

DÍRIO RAMOS, Engenheiro


O sector turístico, que beneficiou com a crise da Tunísia, Líbia, Egipto e Síria, piorou desde 2008 até 2012, e melhorou um pouco em 2013, mas ainda está abaixo de 2008 em dormidas e proveito.





O PIB da RAM desceu 7,1% entre 2008 e 2014. O VAB da agricultura, está ao nível de 2003 e o do setor da Construção Civil hoje é 60% de 2007 – o valor da habitação desceu  de forma dramática e o IMI entretanto aumentou.

O sector Turístico, que beneficiou com a crise da Tunísia, Líbia, Egipto e Síria, piorou desde 2008 até 2012, e melhorou um pouco em 2013, mas ainda está abaixo de 2008 em dormidas e proveito. Um dado importante para a economia é o transporte aéreo, mas verifica-se uma estagnação no Aeroporto da Madeira.

Hoje temos 20. 857 empresas e em 2012 tínhamos 23. 432. Os trabalhadores eram 88. 779 e agora temos 70. 836. Basta de demagogia. As empresas encerram, os trabalhadores emigram…
O volume de negócios em 2012 foi de  1. 819 444 milhões de euros mas em 2013 baixou para 1. 355 532 milhões de euros. As exportações entre 2012 e 2013 caíram 42,7 %.

O preço do petróleo em 2011 era de 111 dólares /barril e agora no mercado internacional anda à volta de 70 dólares /barril e o combustível continua alto bem como o preço da energia elétrica. Alguém compreende? ! Eu NÃO.

A taxa de juro mundial em 2011 era de 1,4% e,  no início de 2014 era somente de 0,4 %, no entanto os nossos empréstimos custam 10 vezes mais. Quem ganha com isso?
A dívida pública da Madeira atinge 127,5 % do PIB. Como podemos pagá-la sem uma negociação séria que baixe radicalmente os juros, dilate os prazos e separe a  dívida legítima da «dívida duvidosa».

Quanto aos impostos, o Orçamento defende o capital ao baixar o IRC de 23 % para 21%, perdendo receitas de 12%. Quanto ao trabalho aumenta o IRS em 2,5 %, altera os escalões, ficando determinados trabalhadores na penúria. É um Orçamento do capital contra o trabalho!

Só em juros, nas obras de 8 construtoras, lá se vão 122 milhões de euros, ou seja tanto como o IRC de 2015. Além do desleixo, da derrapagem das obras em mais de 200%, vem agora os juros gritantes.
A Soares da Costa, faturou 1,7 milhões de euros e vai receber 18, 8 milhões de euros de juros, ou seja 10 vezes mais  que a faturação… A Zagope, faturou 3,3 milhões e vai receber de juros 29,5 milhões. O que importa esclarecer é como tudo isto acontece,  quem ganha com isto, e quem  sofre é o Zé Povinho. Agora acabaram as espetadas à borla. Há os ossos para roer e a dívida para pagar!

A  dívida das Empresas Públicas, dos gestores « laranja» de alto gabarito, são de 1. 296, 55 milhões , quando em 2011 era de 911,05,  houve um aumento de 32%. Isto não é um crime?!
O imposto de circulação de veículos aumentou 61% e o tabaco 22%.

É possível baixar as despesas com o juro da dívida,  com os contratos swaps e com salários chorudos e assessorias das EPR, dolosamente geridas. Pode-se aumentar o Imposto de selo e IMT para os bens de luxo, casas caríssimas, iates de luxo e outros. Deve ser aumentado o valor da derrama regional no mínimo 2% em cada escalão atual. Não faz sentido que as empresas que beneficiam do regime de redução da taxa de IRC da zona franca estejam isentas de pagar a derrama. Urge auditar as obras do «jardinismo», somidoro de dinheiros públicos em derrapagens do custo das obras em trabalhos a mais e intermináveis.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Resposta ao primo

QUINTINO COSTA, dirigente
 do PTP-M

Dizem que é desta que o Alberto vai embora! Eu não tenho a certeza... Sabes que ele continua com aquele vício endiabrado de visitar Bruxelas e numa das suas viagens tomou chá com o António Costa que, até há uma semana atrás, era considerado o próximo Primeiro-ministro 
de Portugal.


Olá primo, desculpa a demora na resposta à tua carta. Na verdade, escrevi no início do verão e tu logo a seguir mandaste resposta. Eu, como sempre, não cumpri os prazos aceitáveis par te responder. Enfim, defeitos que nunca mudam.  Mas tive de aguardar pela confirmação de algumas respostas a questões que colocaste para te poder responder com a maior fidelidade.

Respondendo à primeira questão, sim, aquele senhor de cabelos brancos, mochila às costas, com ar de estudante de filosofia e a passear pelas luxuriantes ruas de Paris é o mesmo senhor do licenciamento do célebre 'caso Freeport'. O mesmo que tirou a licenciatura ao Domingo, tentou controlar a TVI. Sim, o amigo do Alberto, aquele que passeou pelas ruas do Funchal com um colar de flores ao pescoço. Esse senhor deu de borla uma Lei de Meios ao nosso Governo com poderes inimagináveis.

Tal como o seu camarada da Câmara Municipal do Funchal é apologista do facilitismo e então promoveu e facilitou as expropriações, os ajustes diretos, enfim facilitou tudo o que retira direitos ao zé-povinho e dá dinheiro ao poder económico. Na altura era primeiro-ministro, hoje é réu.

Lamento o que aconteceu, na verdade é uma vergonha para o nosso País, mas deve pagar pelo que fez. No entanto, não devemos generalizar, existem políticos sérios que defendem a causa pública.
Primo, já agora o custo de vida aí em França deve ser bué de caro para que um pobre estudante precisasse que um motorista fosse de propósito de Portugal a França, com frequência, levar uma mala de dinheiro!? Imagino que para satisfazer as necessidades diárias por aí seja preciso muito dinheiro.

Primo, novidades por aqui, por enquanto, são poucas. Dizem que é desta que o Alberto vai embora, eu não tenho a certeza, sabes que ele continua com aquele vício endiabrado de visitar Bruxelas e numa das suas viagens tomou chá com o António Costa, que até a uma semana atrás era considerado o próximo Primeiro-ministro de Portugal. Já não sei se chega lá. Nesse encontro de corredor presidencial, o Alberto disse-lhe que, se o Albuquerque ganhasse o partido, não ganhava o Governo. Cá para mim o artista ainda é candidato pelo PDA e baralha tudo isto.

Olha, também me disseste que a internacional socialista publicou um anúncio no “L'hebdo des socialistes” no qual dava como certo uma coligação de esquerda na Madeira para derrotar a direita, mas que logo a seguir foi desmentido num artigo no “Le Communique” refutando a orientação ideológica dessa coligação. Dizia que uma coligação de esquerda com o PS sem o PC não poderia ser considerada de esquerda, eu também acho que sim!

Mas em relação a isso não posso comentar mais, não é que esteja em segredo de justiça, mas a fonte das minhas informações é a mesma que a tua. Vamos ao sabor dos comunicados das centrais internacionais.

Caro primo, novidade, novidade é mesmo o que aconteceu na nossa terra! O senhor padre Eleutério do Jardim da Serra jubilou-se, agora está lá um jovem. Olha, as velhas estão loucas, não é que o homem sobe ao altar de calças de ganga e não desfaz a barba!? Modernices... Anda lá um reboliço…também não vou à missa.

Até à volta.

Detenção

 «A detenção de um ex-primeiro–ministro não é vergonha alguma para Portugal. Significa, pura e simplesmente, que a Justiça está a funcionar e que existe separação de poderes. Também o ex-primeiro-ministro francês foi detido. O Ex-primeiro-ministro italiano foi condenado.»




Começo por distinguir completamente a detenção do cidadão José Sócrates da detenção do ex-primeiro ministro.

Faço-o em primeiro lugar porque exerci advocacia (só deixei de exercer em Fevereiro deste ano) e imagino o sofrimento inerente a uma detenção ou prisão preventiva. Isto independentemente de culpa, porque o indivíduo, entre outras situações processuais, está sob interrogatório em local que não conhece, perante pessoas que não conhece enfim, em meio que não é o seu. Muitas vezes a única pessoa que conhece é o seu advogado. É uma situação emocionalmente complicada e que não merece regozijo ou satisfação por parte de alguém, não obstante ser absolutamente necessária para que a Justiça faça o seu trabalho.

Quanto à detenção do ex-primeiro ministro temos assistido a coisas verdadeiramente loucas.
Comecemos pela “vergonha” nacional apregoada por alguns, nomeadamente umas “carpideiras” indignadas que pululam entre canais de TV. Meus caros, a detenção de um ex-primeiro–ministro não é vergonha alguma para Portugal. Significa, pura e simplesmente, que a Justiça está a funcionar e que existe separação de poderes. Também o ex-primeiro-ministro francês foi detido. O Ex-primeiro-ministro italiano foi condenado. Enfim, essa situação só não podia acontecer nas ditaduras do Terceiro Mundo. Aí sim, existe impunidade e a justiça faz o que o Governo manda ou aprova! Acresce que essas “carpideiras” não ficaram indignadas com a investigação jornalística do caso BPN, nem com a cobertura do caso dos vistos gold. Nesses casos, valia tudo! Neste caso concreto, “ai jesus” o segredo de justiça! (independentemente de ninguém saber quem deu informações que deviam estar em segredo de justiça, se os investigadores ou os investigados).

Passemos ao ex-presidente da república. O senhor ex-presidente da república disse coisas absolutamente taradas na televisão, quando foi ouvido após visita ao ex-primeiro-ministro.
Mário Soares pensa que está num qualquer regime do terceiro mundo onde jura vingança aos juízes e/ou jornalistas. Aliás, penso que se pudesse “jogava-os aos tubarões”!
Mas o que mais surpreende é verificar que determinadas pessoas estão admiradas com ESTA reacção de Mário Soares que AGORA disse coisas que não devia. Errado! É que sempre foi assim! Agora, é que ejaculou o fel! 

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

De Berlim a Jardim, um muro enorme

DÍRIO RAMOS, Engenheiro



«É preciso acabar com o Muro da Quinta Vigia, o do grande líder, aquele que na Voz da Madeira defendia o regime deposto em 1974.»






Caiu o Muro de Berlim em 1989, há 25 anos. Treze anos depois, começou a ser construído, por Israel, o Muro da Cisjordânia, para impedir a entrada de palestinianos. O muro que foi construído em território palestiniano, em betão armado e arame farpado, tem 440 Km. Quando concluído terá 700 km  cercando  todo  o território da Cisjordânia.

Os americanos do norte, «campeões da liberdade», começaram em 1994 a construir o Muro contra o México. Tem centenas de km, inclui 3 barreiras de contenção, iluminação de alta densidade, detetores anti-pessoas, sensores de visão noturna, entrelaçados com radio comunicações, vigilância permanente de polícia com veículos e helicópteros.

O Reino Unido, o aliado americano na Europa, construiu a partir de 1969, o Muro de Belfast, com mais de 34 Km, para reprimir os irlandeses, separando os bairros católicos dos protestantes…tem a promessa de serem demolidos até 2023… Falta tanto tempo…

Temos também o Muro de Evros, entre a Grécia e a Turquia. A Grécia resolveu investir 3,2 milhões de euros em 2012, tantos anos depois da queda do muro de Berlim. Um Muro de 10 Km ao longo do rio Evros, fronteira natural que separa a Grécia da Turquia. Tudo isto financiado com verbas da livre União Europeia!

Em Chipre, quando as forças militares turcas, as maiores da NATO, ocuparam a parte norte da Ilha em 1974, instaurando a República Turca do Norte do Chipre. Foi construído a chamada «Linha Verde», um Muro de 180 Km, que está convertido numa barreira intransponível. Tudo isto com a bênção dos EUA e da UE.

Podia referir muitos outros Muros…Coreia…etc.

Aqui próximo temos o Muro de Ceuta e Melila, com o apoio da UE ,a Espanha foi incentivada e financiada para construir um Muro com mais de 20 Km.

Na nossa Região, temos o Muro do Jardinismo, onde o 25 de Abril não se comemora, porque, segundo um candidato a Presidente do PSD –M, aquele que quer tirar a Madeira da crise, não foi nessa data que os portugueses se libertaram da ditadura. Este «libertador», podre de rico, foi longe demais ao dizer que «foi o 25 de Novembro que pôs fim a 50 anos de Salazar, Marcelo e PREC».

Vivemos, como disse Leonel Nunes há algum tempo atrás : «…foram 33 anos sob uma democracia vigiada, sob a batuta de um DUCE, campeão das maiorias asfixiantes, rodeado da sua corte, onde quem não concorda é marginalizado, silenciado ou posto de parte ou comprado.»

É preciso acabar com o Muro da Quinta Vigia, o do grande líder, aquele que na Voz da Madeira defendia o regime deposto em 1974.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Eleições e partidos



«... Your old road is
Rapidly fadin.
And the first one now
Will later be last
For the times they are a-changin'.




Mantendo a sequência de intervenções “políticas” e como o meu amigo Sérgio permite estas minhas loucuras aqui vai uma “novidade” que tem 50 anos.

Da autoria do Grande Bob Dylan (para mim vale mais do que todos esses autores e pensadores modernos):


Come gather 'round people
Wherever you roam
And admit that the waters
Around you have grown
And accept it that soon
You'll be drenched to the bone.
If your time to you
Is worth savin'
Then you better start swimmin'
Or you'll sink like a stone
For the times they are a-changin'.

Come writers and critics
Who prophesize with your pen
And keep your eyes wide
The chance won't come again
And don't speak too soon
For the wheel's still in spin
And there's no tellin' who
That it's namin'.
For the loser now
Will be later to win
For the times they are a-changin'.

Come senators, congressmen
Please heed the call
Don't stand in the doorway
Don't block up the hall
For he that gets hurt
Will be he who has stalled
There's a battle outside
And it is ragin'.
It'll soon shake your windows
And rattle your walls
For the times they are a-changin'.

Come mothers and fathers
Throughout the land
And don't criticize
What you can't understand
Your sons and your daughters
Are beyond your command
Your old road is
Rapidly agin'.
Please get out of the new one
If you can't lend your hand
For the times they are a-changin'.

The line it is drawn
The curse it is cast
The slow one now
Will later be fast
As the present now
Will later be past
Your old road is
Rapidly fadin'.
And the first one now
Will later be last
For the times they are a-changin'.



terça-feira, 4 de novembro de 2014

CARINA FERRO, deputada do PS-M



O Sr. Presidente não pode esquecer 
que a democracia queo elegeu foi
 feita pelas bases: os militantes não podem servir 
apenas para encher a casa e fazer show-off.







Um candidato tem sempre legitimidade de apresentar as suas propostas, a sua estratégia de futuro para o partido a que se candidata. Um Presidente tem legitimidade que pretender prosseguir a estratégia que os militantes validaram em Congresso. Mas, para isso, é preciso que a estratégia seja debatida em Congresso e não apenas anunciada na sessão de encerramento. 

É o mesmo que ser candidato e dizer que está a fazer promessas que não pode cumprir, mas que só o assumirá depois de ser eleito. Que, até lá, prometerá tudo o que puder, a quem quiser, e garantirá o controlo do aparelho para cumprir o seu objetivo inicial: os fins justificam os meios. Mas não pode ser, na política não vale tudo, nem pode valer. 

Deve existir um limite, por muito que custe aos aparelhistas considerar esta hipótese. A política não é uma carreira profissional, é um serviço público prestado a termo e, muitas vezes, um regime de voluntariado que não é reconhecido ou agraciado. E há quem tenha muita dificuldade em aceitar isto, em particular, aqueles que vivem à custa do aparelho e os situacionistas. 

Eu já nem falo daqueles que, em determinado momento, desempenham funções nos Partidos, mas que fazem, ou já fizeram algo fora da esfera política, que têm um trabalho que lhes permite alguma isenção e liberdade na sua atuação política precisamente porque não dependem da política para (sobre)viver.  

“Não mordas a mão que te dá de comer”, diz o ditado. Bem verdade. Mais verdade ainda é que este “não mordas” sufoca a liberdade de expressão e de pensamento de muitos intervenientes políticos regionais, sufoca a democracia no seu todo, sufoca as decisões que devem ser impreterivelmente tomadas a pensar no bem-estar da população e não no bem-estar pessoal de cada um destes intervenientes.

E aqui está o busílis da questão: todo e qualquer candidato a Presidente, quando Presidente, deve ambicionar que o seu Partido ganhe as eleições ou, no mínimo, tente ganhar as eleições, sem olhar a ambições pessoais desmesuradas que só poderão resultar na cabal destruição do Partido perante os militantes e a própria opinião pública.  

O Sr. Presidente não pode esquecer que a democracia que o elegeu foi feita pelas bases: os militantes não podem servir apenas para encher a casa e fazer show-off. Há que haver respeito pelos militantes e apostar na massa crítica destes que se militaram, em particular quando o futuro exige que se discuta e debata uma estratégia vencedora para as eleições regionais. A hora não é para ensurdecer com tamanha obsessão pela liderança, nem se compadece com Presidentes que se auto legitimam com políticas de café que se repercutem em absolutamente nada. Há decisões a tomar, há discussões a fazer, há uma mesa de negociações na qual todos devemos sentar-nos. 

Osufoco democrático não permite estas coisas, bem sei, mas o tempo é de ação e de estratégia, não de perpetuação no poder com discursos cansados e falhados. A esse respeito, ainda há muito pouco li numa entrevista peculiarmente reveladora que “os interesses do Partido não podem estar acima dos interesses da Região”. Sim, mas não só. Os interesses pessoais do Sr. Presidente não podem estar acima dos interesses do Partido. À exceção dos situacionistas, esta parece ser uma premissa consensual. Sejamos adultos porque o tempo é decisivo e arriscamo-nos a perder, enquanto madeirenses, a oportunidade histórica de demonstrarmos que a Madeira pode ser muito mais e muito melhor. 
P.S.- Qualquer um consegue chegar a Presidente; ser líder é que já não é para todos.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

O atropelo aos bombeiros

QUINTINO COSTA, dirigente
do PTP-M
 
 
Outro aspecto, no mínimo interessante, é o processo de nomeação dos comandantes nas Associações de Bombeiros, até parece que, como por magia, são tirados da cartola..
 
 
 
 
 
 
 
Hoje irei abordar uma classe profissional muito amada, mas também muito esquecida: os bombeiros.
Os bombeiros são relegados para último plano pela sociedade política, já que os políticos e os governantes só se lembram destes homens e mulheres quando há tragédias ou quando é preciso "ficar bonito na fotografia".
Numa profissão que é considerada de risco, mas não é atribuído o subsídio compensatório do mesmo, de desgaste rápido, tanto a nível físico como psicológico, pelos traumas inerentes à actividade, não se compreende como que é uma profissão totalmente desprotegida de benefícios para os seus elementos. No entanto, nem tudo está perdido. Actualmente, o Serviço Regional de Protecção Civil tem uma psicóloga a efectuar um estudo de modo a averiguar as necessidades dos bombeiros. Será que os bombeiros irão ter uma resposta positiva?
 
No entanto, antes da realização deste estudo, acontecia uma situação caricata: se um bombeiro em serviço sofresse um episódio traumático, tinha de se dirigir ao seu comandante e expor o seu trauma. Por sua vez, o comandante enviava o caso relatado para o Serviço de Protecção Civil que, posteriormente, encaminhava o bombeiro para a psicóloga. Ora, este procedimento tem de ser alterado. Todo o bombeiro, independentemente de ter sofrido ou não um episódio traumático, tem de ser sempre acompanhado psicologicamente, pois está em causa o bem-estar dos elementos de uma corporação e, consequentemente, o desempenho correcto das suas funções.
 
Aproveito ainda esta oportunidade para exprimir a minha preocupação sobre as desigualdades existentes entre os Bombeiros Profissionais das Associações Voluntárias da Madeira e os Bombeiros Municipais. Esta é uma luta que já se arrasta há largos anos, sendo os obstáculos cada vez maiores e mais injustos.  Em Setembro de 2008 o Governo Regional equiparou o vencimento base dos Bombeiros Profissionais das Associações Voluntárias da Madeira, no entanto se esqueceram de tudo o resto, nomeadamente a idade da reforma.
 
Passo a explicar... A estrutura dos bombeiros municipais está hierarquizada de acordo com os postos e idade para ir para a reforma:
Chefe 60 anos
Sub-Chefe 58 anos
Bombeiro de 1ª e 2ª classe 54 anos
Bombeiro de 3ª classe 50 anos
 
Nas Associações Voluntárias, independentemente dos postos hierárquicos, só têm direito à reforma aos 65 anos. Como é possível que um bombeiro exerça a sua profissão até aos 65 anos? Há elementos com cerca de 50 anos, e até mais novos, que já têm pouca mobilidade devido aos danos físicos causados pelo desempenho das suas funções; problemas que não foram devidamente acompanhados como por exemplo hérnias discais, tudo isto porque não há apoios, nem tão pouco as seguradoras querem assumir responsabilidade, alegando que são doenças com causas naturais.
 
Outro aspecto, no mínimo interessante, é o processo de nomeação dos comandantes nas Associações de Bombeiros, até parece que, como por magia, são tirados da cartola, senão vejamos:  Não é que alguns, se tiverem o fator “cunha”, sejam "lambe-botas" ou tenham outras “capacidades”, podem chegar a comandantes num abrir e fechar de olhos, independentemente das suas competências? Outros saem de secretarias do Governo, como não têm outro poiso, acabam como dirigentes das Associações de Bombeiros que, por coincidência ou não, são todos militantes ou simpatizantes do PPD-PSD!? Em último caso, se não existir vaga na Direcção vão parar aos comandos.
 
O processo de nomeação é de bradar aos céus: são promovidos, nomeados, eleitos, não interessa a forma, o que se constata é que são colocados. São escolhidos aqueles que se submetem às orientações sem objectar ou opinar. Depois, mas só depois, recebem formação da Escola Nacional de Bombeiros - ENB - et voilá, sai um comandante! É tão mágico que alguns desses elementos, mesmo com o acréscimo de responsabilidade, aceitam o cargo sem auferir qualquer renumeração adicional.
 
Estes senhores, quando chegam à ENB são confrontados com o espanto e o interrogatório de outros formandos em relação à sua posição hierárquica. Frequentemente, perguntam-lhes: "como é possível ter essa categoria (comandante), se ainda não tens a formação necessária, se ainda estás a tirar o curso e não sabes se irás ser bem-sucedido? Só mesmo na Madeira!" Outros perguntam ainda: "Qual a era a tua categoria anterior ou experiência profissional?", a resposta: "Sou bombeiro de 3ª classe há meia dúzia de anos, mas fui favorecido para cá estar. Ultrapassei os meus colegas nas formações. Ia a todas, sou do tipo "papa-cursos". E cá estou, mas se achas que não consegues passar nesta formação, vai à Madeira, inscreve-te no PSD e verás que logo consegues o que queres!"
 
Outra curiosidade está relacionada com a forma democrática de trabalhar nessas Associações. Há pouco tempo, tornou-se público, através da comunicação social, a demissão de alguns comandantes, sendo apresentadas várias razões para tais demissões. Inclusivamente, no seguimento de tais notícias, o deputado José Manuel Coelho sugeriu na Assembleia Legislativa Regional a necessidade de se fazer um abaixo-assinado para reunir com o comando para obter esclarecimentos. "Vejamos esta democracia!", disse o deputado. Mas não é que esses dirigentes e esses comandos são do Partido Social Democrata!? Então, nesses casos, dizem esses senhores do PPD/PSD, a democracia é da “porta para fora” do quartel.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Sobre a Guerra Colonial – citações fortes.


DÍRIO RAMOS, engenheiro
Há 40 anos, estava em Moçambique, onde dentro das Forças Armadas lutava contra a Guerra que matou 8290 militares e milhares de patriotas africanos. De entre os meus apontamentos e reflexões sobre o colonialismo, a Igreja e a PIDE/DGS encontrei estas citações e protagonistas que devem servir de reflexão. 



Para o Cardeal Cerejeira, «Portugal não se pode renunciar a sua vocação histórica e por isso deve fazer a guerra».

 O Ministro Mário Silva, em mensagem aos soldados exortou-os: «Vamos lutar contra selvagens… contra feras…que não são portugueses e porque obedecem às ordens do comunismo internacional».

O Arcebispo de Lourenço Marques, Custódio Alvim Pereira entendia que «Os povos africanos tinham obrigação de agradecer aos colonizadores recebidos,  e , que a Mãe – Pátria tinha o direito de se opor à independência».

Para o Tenente Coronel Hermes de Oliveira, «O adversário é o nosso criado, que nos serve há dez anos; é  o mainato que cuida dos nossos filhos; é o funcionário que se senta ao nosso lado».

O madeirense Manuel Cabral, Bispo da Beira, entendia que «não deve haver direito de julgar e acusar a PIDE/DGS que trabalhava para a segurança da Pátria».

O General Rebocho Vaz, Governador de Angola afirmou que «Onde quer que exista um catecismo, encontra-se um terrorista».

Na Homilia à Ação de Graças, na despedida do general ultra-colonialista Kaúlza de Arriaga, o padre João Cabeçadas, capelão-mor, fez o seguinte elogio : «Após 4 anos de total dádiva à missão que vos trouxe a Moçambique, quisestes vir até junto deste altar, onde vos ajoelhastes ao longo destes anos, para render graças ao senhor Deus dos exércitos" e, mais continuou adiante: «somos testemunhas, (capelães militares) que tudo fez para harmonizar as exigências da guerra, com a doutrina da Igreja... Agradecemos a Deus Pai, por Cristo e em Cristo a compensar a generosidade de V. Exa».

domingo, 12 de outubro de 2014

Partidos e aparelhos


PEDRO MOTA, Jurista
 «Os militantes terão de escolher o seu candidato de acordo com a vontade exterior e nunca presos aos ditames de um qualquer aparelho partidário. Não obstante esta ideia, há quem ache que o aparelho do partido tudo determinará e tudo resolverá. Mesmo que assim suceda durante breves meses, a legitimação eleitoral – a que é dada pelo povo – estará cada vez mais distante.
 
 
 
Voltando à reflexão sobre o sistema partidário interessa notar que as primeiras eleições primárias abertas a simpatizantes realizadas em Portugal foram um sucesso. Efectivamente, a legitimação deve vir do exterior. Até o Rei é aclamado pelo povo sendo essa a sua legitimação. Nos partidos não deve ser diferente. Vem isto a proposito de diversas sagas partidárias muito em voga com jogadas “na secretaria” que têm por escopo manter o poder. Afinal a política é isso: Luta pelo poder.

Simplesmente, em minha opinião, esse poder deve ser legitimado por algo exterior à instituição. Quer isso dizer que os militantes terão de escolher o seu candidato de acordo com a vontade exterior e nunca presos aos ditames de um qualquer aparelho partidário. Não obstante esta ideia, há quem ache que o aparelho do partido tudo determinará e tudo resolverá. Mesmo que assim suceda durante breves meses, a legitimação eleitoral – a que é dada pelo povo – estará cada vez mais distante.

É urgente uma abertura e uma aproximação dos partidos aos cidadãos. Recentemente, até o Presidente da República alertou para o risco de implosão da democracia partidária. (Como se nada tivesse a ver com isso. Afinal, como todos sabemos é o Presidente de “todos” os portugueses eleito com cerca de 20% dos votos.) Enfim, é a legitimação que temos.
 
Esse alerta presidencial acabou por ser importante porque aquilo que existe hoje é uma aversão dos jovens aos partidos. Existe até – as palavras não são minhas – quem considere que só entram na política aqueles que não possuem notas escolares suficientes. Este pensamento faz parte de uma entrevista excelente (e que recomendo) dada pelo ex-ministro Campos e Cunha ao Jornal i.
 
Meus senhores, o futuro é hoje. Por mais que tentem impedir, os manobradores de aparelhos partidários estão condenados ao fracasso. É preciso outra coisa, mais aberta e mais transparente. 

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Falta a vergonha e tudo o resto!

CARINA FERRO, deputada do PS-M
 Pouco nos diz o Sr. Secretário, além da sua ágil tendência em esconder-se atrás de regulamentos e portarias que não coloca sob o escrutínio da Casa da Democracia madeirense. Pouco deixará à educação regional, mas muito tirará à classe docente e aos nossos alunos. Que o seu contributo, Sr. Secretário, fique por aqui. Os nossos filhos agradecem.
 


Li muito sobre o caos da educação na Madeira nos últimos dois meses. Muito mesmo. Sobre listas publicadas umas atrás das outras, sem critérios claros, sobre tudo e todos, e ainda li como conseguiram deixar de fora professores contratados a quem lhes foi atribuído um horário letivo, contratados que tinham direito à renovação, contratados que estão agora entregues à sua sorte.
 
Li muito sobre isto, mas o que mais me chocou – além da famigerada intenção de contar uma mentira tantas vezes até que torná-la verdade [o processo de colocação de professores está a decorrer dentro da normalidade] – foi o seguinte: “Compreendemos e achamos que as pessoas reagem e reagem naturalmente com emoção, mas a racionalidade da gestão do sistema educativo e a racionalidade da gestão do erário público implicam que tenhamos que ter a clarividência de não ceder a fazer contratações hoje que impliquem que amanhã tenhamos que recorrer, por excesso de mão-de-obra docente nas escolas, a sistemas de mobilidade especial que levem ao despedimento desses mesmos professores. Isso seria uma falta de visão e desde logo uma maneira ardilosa de enganar os professores que eventualmente viessem a ser contratados nesta data”, disse o Sr.Secretário. “Já temos um entendimento com os parceiros sociais, com as escolas, que este estatuto de renovação será extinguido numa próxima iniciativa legislativa”, disse o Sr.Secretário.
 
E o que o Sr. Secretário não disse foi que:
a) a “falta de visão” de que acusa a todos aqueles que, hoje, exigem renovação e a consequente vinculação a que têm direito (de acordo com o diploma que o Sr. Secretário aprovou em julho), é a mesma que o Sr. Secretário tem demonstrado ao longo do seu mandato;
b) a “maneira ardilosa de enganar os professores” já foi perpetrada com este seu coup d’état na publicação de listas atrás de listas, tentando confundir até os professores que constam dessas listas – onde, neste planeta, já se viu um governante publicar listas atrás de listas, corrigindo umas, eliminando outras, escondendo potenciais erros informáticos e incompetências desmesuradas de alguns responsáveis das chefias intermédias, sem assumir responsabilidade pelo caos que lançou?;
c) a sua intenção de “suprir as necessidades permanentes” das escolas passa por uma base de auxílio de minimis, sem qualquer planeamento estratégico, ou planeamento a médio/longo prazo;
d) já que falamos em planeamento estratégico, ninguém sabe qual a sua estratégia para a educação, o que pretende alcançar com estas medidas, o que pretende deixar como seu legado governativo;
e) além da instabilidade do corpo docente, transformou a educação numa rede de infraestruturas em estado de emergência emocional para os nossos alunos;
f) ao aprovar o concurso de professores em julho – ainda que continuamente alertado pelo PS-M de que deveria realizar estes concursos mais cedo, para evitar que as irregularidades nas colocações de professores pusessem em causa o desempenho escolar do aluno – atrasou o processo de colocação de professores e, mais grave ainda, criou um mecanismo que apelidou de “transparente” que não trouxe mais do que irregularidades e injustiças nas colocações, - irregularidades que servem agora para usar como arma de arremesso aos professores e, com a sua típica “clarividência”, anunciar o fim das renovações e a “grande visão” dos contratos a termo resolutivo, que não é mais do que o espelho daquilo que pretende para a Educação: Precariedade.
 
Mas pouco nos diz o Sr. Secretário, além da sua ágil tendência em esconder-se atrás de regulamentos e portarias que não coloca sob o escrutínio da Casa da Democracia madeirense. Pouco deixará à educação regional, mas muito tirará à classe docente e aos nossos alunos. Que o seu contributo, Sr. Secretário, fique por aqui. Os nossos filhos agradecem.
 
 
 

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Apontamentos ao acaso

FILIPE MALHEIRO, Jornalista
«Devemos realçar os grupos madeirenses de sucesso, sobretudo naquela que é a principal atividade económica regional - o turismo – e pelo contributo dado à economia regional. António Trindade é o rosto deste grupo que já mostrou não estar disposto a cruzar os braços.»


Blandy - Li numa reportagem sobre a inauguração na Zona Franca de uma infraestrutura do Grupo Blandy ligada ao sector vinícola, que a empresa, para além de estar apostada em alargar o seu negócio neste sector de atividade - depois de um investimento da ordem dos 2,5 milhões de euros, dos quais cerca de 2 milhões de fundos comunitários e componente regional - olha para os seus trabalhadores com preocupações acrescidas, particularmente nesta conjuntura de crise e de privações impostas pela austeridade que tem vindo a massacrar as famílias e a roubar os cidadãos indiscriminadamente.

Segundo foi noticiado, esta empresa do grupo Blandy “oferece aos funcionários mais regalias do que é normal no mercado”. O seu administrador recordou que para além do salário, os trabalhadores da "Madeira Wine" têm acesso a um plano de pensões, o qual, em 2015, terá melhores condições. Isto porque desde 2014, o grupo decidiu dar um apoio a todos os colaboradores que tenham filhos a estudar em universidades, num valor que cobre o montante das propinas, estando a estudar a introdução de um seguro de saúde. Michael Blandy justificou: “O sucesso desta empresa não é só da administração. Resulta de um esforço conjunto, de todos”.

Não posso deixar de realçar esta situação, porque considero-a, além de muito rara, exemplar e demonstrativa de que a filosofia de alguns empresários, quando apostados na motivação dos seus trabalhadores que acaba por aumentar a respetiva produtividade, é a mais correta na perspetiva do sucesso das apostas empresariais apostadas no sucesso. Estamos perante uma opção, cada vez mais premente, e cuja necessidade e eficácia se faz sentir de uma forma mais marcante em meios pequenos como é o caso da Madeira.

Neste caso concreto, e porque sou particularmente sensível a este tipo de apoio das empresas, é de toda a justiça destacar a opção do grupo Blandy na "Madeira Wine", que acaba por ser uma empresa privilegiada, e ainda bem, no contexto regional, e na qual os seus trabalhadores dificilmente deixarão de sentir-se apegados, motivados e aptos a corresponderem ao que deles esperam os administradores. Parabéns ao grupo Blandy, parabéns sobretudo a Michael Blandy por esta aposta no apoio aos seus trabalhadores, cada vez mais com rendimentos familiares mais limitados, e que obviamente têm dificuldades em custear os estudos superiores dos seus filhos. Espero que tanto quanto possível, esta visão empresarial inédita possa alargar-se a outras empresas regionais que precisam de motivar os seus recursos humanos e aumentar a respetiva produtividade com ganhos para todos.

Porto Bay - O grupo hoteleiro madeirense liderado por António Trindade assinalou recentemente o 20º aniversário da abertura uma das suas principais unidades hoteleiras funchalenses, o 5 estrelas Clif Bay. O grupo Porto Bay detém hoje 10 unidades, 7 das quais em Portugal (6 na ilha da Madeira e 1 no Algarve) e 3 unidades no Brasil (Rio de Janeiro, Búzios e São Paulo) com um total aproximado de 2600 camas nos segmentos de 4 e 5 estrelas. Em 2015 abrirá mais um hotel em Lisboa. Em 1988 foi inaugurado o Hotel Eden Mar, o primeiro hotel do grupo com 146 quartos e que foi totalmente renovado em 2009. Em 1994 - há 20 anos - abriu o Cliff Bay, o primeiro hotel 5 estrelas deste grupo com 200 quartos, conhecido pela fantástica vista sobre a baía do Funchal e tendo como um dos seus "ex-libris" o restaurante gourmet "Il Gallo D’Oro", premiado com uma estrela Michelin, a única atribuída até hoje na Madeira.

Em 2008 deu-se a entrada do grupo no continente português com o Porto Bay Falésia, um hotel 4 estrelas, com 310 quartos, no Algarve. Em 2009 foi a aposta no Brasil, com o 5 estrelas "L’Hotel Porto Bay São Paulo", com 83 quartos e a escassos metros de uma das mais conhecidas avenidas do mundo, a Avenida Paulista. Em 2015 abrirá o primeiro hotel em Lisboa, o Porto Bay Liberdade, um cinco estrelas com 98 quartos junto à Avenida da Liberdade.

Devemos realçar os grupos madeirenses de sucesso, sobretudo naquela que é a principal atividade económica regional - o turismo – e pelo contributo dado à economia regional. António Trindade é o rosto deste grupo que já mostrou não estar disposto a cruzar os braços, embora recuse as opções arriscadas, e que nada têm a ver com o arrojo de apostas pensadas que confirmam a dinâmica dos empresários.

Numa altura em que se assinalou os 20 anos da abertura do primeiro 5 estrelas do grupo Porto Bay, uma saudação muito especial e merecida aos seus proprietários pela forma competente como têm garantido a vitalidade deste grupo, muitas vezes enfrentando dificuldades suficientes, incluindo algumas suscetíveis de tirar o sono a qualquer empresário mais ousado.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Monarquia...

PEDRO MOTA, Jurista

«Preferia 1000 vezes ter um Rei do que um Presidente da República. Representa muito melhor Portugal e todos os portugueses, é muito mais barato e não obriga a eleições de 5 em 5 anos…»






Ponto prévio: sempre achei piada aos monárquicos (mais às monárquicas, devo dizer) quando iam ao bar da minha faculdade “evangelizar",iam sempre com aqueles casaquinhos brasonados e até tinha algum prazer em discutir com eles pois tinham muito mais piada do que aquelas malucas de cabelo vermelho que andavam a recolher assinaturas para formar partidos de extrema esquerda…(a Faculdade de Direito de Lisboa era riquíssima nestes debates políticos e tinha bastante actividade nessa área.) 

Nessa altura, achava que não fazia sentido discutir a monarquia em Portugal, todavia, ao longo dos tempos fui mudando a opinião. Enquanto símbolo de unidade nacional um Rei é muito melhor que um Presidente da República. Este último jamais representa todos os portugueses e o Rei representa sempre todos os portugueses.

Por outro lado, devo confessar que fiquei um pouco chocado após visitar o palácio real em Madrid. Ver toda aquela opulência dada por “direito divino” a alguém é chocante…afinal qualquer um de nós pode ser Presidente da República.

Enfim, é uma boa discussão e, apesar de tudo, devo referir que preferia 1000 vezes ter um Rei do que um Presidente da República. Representa muito melhor Portugal e todos os portugueses, é muito mais barato, não obriga a eleições de 5 em 5 anos…Se tiver umas filhas bonitas vende revistas cor-de-rosa, se tiver filhos fazem uns casamentos e uns contos de fadas na TV, etc….

E se o Rei for totó pode ser deposto, acaba por ser mais fácil de afastar do que presidentes da República (ia escrever aquela piadinha óbvia relativa a anteriores presidentes da república mas não o vou fazer. Pensarão os leitores que abomino os partidos políticos, afinal já é o 3.º artigo em que desdenho estes partidos políticos…mas não é essa a razão!

A razão principal é que prefiro ter uma monarquia verdadeira do que uma democracia falsa….Aliás, até prefiro ter uma monarquia falsa (tipo deixem lá estar o Rei em vez do Presidente da República) do que uma democracia destas.

De que vale fazer eleições se as pessoas não podem escolher os seus deputados? Porque é que estes são impostos pelo partido ou pelo “aparelho” desse partido? Porque é que tenho de estar filiado num
partido político para escolher um deputado?

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

QUINTINO COSTA, dirigente
do PTP-M
 
A senhora Maria Lurdes vive cercada de senhores ricos que habitam nos seus oásis privados (...) Esta idosa come massa crua, não tem como a cozer.
 
 
 
 
 
 
 
Maria Lurdes tem mais de 80 anos, vive no beco de Santana, nº 9, na companhia de um filho com notórios problemas mentais. Esta idosa, durante toda a sua vida, sempre viveu abaixo do limiar da pobreza.

A sua casa não tem conforto, cai tanta chuva no interior como aquela que cai no exterior, não tem água, a instalação elétrica não funciona, não tem fogão, frigorifico, televisão ou rádio.

Esta idosa come massa crua, não tem como a cozer.

Não vê notícias nem novelas e não conhece os casacos brilhantes do Manuel Luís Goucha, nem os decotes da Cristina Ferreira. Há muitos anos que não sintoniza a frequência do PEF para ouvir as manhãs do Tony Santos. Esta pobre mulher vive à margem deste mundo.

Está ali mesmo no Beco dos Álamos, freguesia de São Roque Funchal, numa freguesia que pariu doutores, engenheiros, governantes, deputados e padres de renome, mas não foi capaz de parir justiça social. A infeliz mulher e seu filho têm como vizinhos estes ilustres conhecidos, mas estes é que não a conhecem, cruzam-se diariamente mas não a vêem. Diz a senhora, com todo o orgulho do mundo, que a escassos metros vive um senhor que é deputado e é o dono das chaves da capela. Pessoas de bem, influentes, cristãos que, tal como a pobre Maria Lurdes, também vão à missa. Acreditam em Deus, falam de pobreza, usam-na para os seus discursos mas não a conhecem verdadeiramente.

A senhora Maria Lurdes vive cercada de senhores ricos que habitam nos seus oásis privados.

Quantas Marias Lurdes existem nesta cidade e nesta terra onde impera um regime injusto, discriminatório, fabricante de pobres em larga escala em troca de meia dúzia de ricos.

Um regime que assenta numa sociedade política, cultural, social e religiosa cada vez mais cruel, fria, cujos corações parecem serem de origem betuminosa. Este regime que se ergue à custa das grandes obras enquanto outros comem massa crua.

domingo, 14 de setembro de 2014

IMI - Desigualdade em Santa Cruz


DÍRIO RAMOS, engenheiro


«Quem mora na Cancela/ Santa Cruz
paga mais 30% de imposto dos seus vizinhos que moram na parte da Cancela/ Funchal.
As pessoas que vivem no centro de Santa Cruz , pagam o mesmo do que os que vivem na
zona de turismo do Funchal.»




O Socialista/Marxista Salvador Allende, Presidente do Governo de Unidade Popular

do Chile (aliança com democratas cristãos de esquerda, socialistas e comunistas),
que foi deposto num golpe sangrento de Pinochet, dizia que «não basta que todos
sejam iguais perante a lei, é preciso que a lei seja igual para todos».

Aqui, no concelho de Santa Cruz, os cidadãos pagam imposto municipal sobre imóveis, IMI, de forma desigual. Por exemplo, na zona do Garajau, os cidadãos que vivem na mesma rua
pagam imposto diferente para a mesma área de habitação. Os que vivem em vivendas
com piscina pagam metade do que pagam os cidadãos que vivem no outro lado da rua em apartamentos simples.

Não deixa de ser curioso, que, entre os que pagam menos, estão os ricos apoiantes do JPP/CDS/PS, membros da Comissão de Honra do JPP. A CDU tem denunciado esta situação, apesar de ser aprovada uma proposta para corrigir os coeficientes de localização para que os ricos paguem o que devem, até hoje o JPP, aliança do CDS/PS/BE/PTP/MPT/PDN, nada fez para corrigir a situação.

Mas o/a JPP, sempre em defesa dos ricos, aprovou a isenção do pagamento de
impostos, IMI e IMT a um empresário que pode vender ou comprar prédios que não
paga imposto municipal.Fiel na defesa dos ricos contra os pobres, o JPP não quer receber as receitas do IMI os hoteleiros e mais até lhes dá uma ajudinha, permitindo que aumentem a área de
construção alterando o fato á medida...

Difícil de compreender é quem mora no Centro da Caniço, paga mais de IMI do que
quem vive na Alameda do Amparo em S. Martinho. Quem mora na Cancela/ Santa Cruz
paga mais 30% de imposto dos seus vizinhos que moram na parte da Cancela/ Funchal
As pessoas que vivem no centro de Santa Cruz , pagam o mesmo que os que vivem na
zona de turismo do Funchal.

Continuo a defender a igualdade dos cidadãos perante a lei e uma lei igual para todos.
Não receio os ataques vis daqueles que, demagogicamente enganam o povo, com o
apoio total da comunicação social.

domingo, 7 de setembro de 2014

De grão em grão...

CARINA FERRO, deputada PS-Madeira

 

Ao contrário do que muitos pensam, fazer política não é fácil, e não é para todos. O desgaste psicológico e, muitas vezes físico, é enorme. Mas, se o é para os políticos candidatos, que dizer daqueles que são diariamente assediados para apoiar este ou aquele candidato?

 
 
 

 
São campanhas atrás de campanhas. É inevitável. Qualquer cidadão consciente, até o mais distraído, tem a percepção clara de que há campanha todo o ano, para todos os gostos. No espaço de um ano, tivemos eleições autárquicas, eleições europeias, e estamos agora a braços com eleições internas de vários partidos.

Ao contrário do que muitos pensam, fazer política não é fácil, e não é para todos. O desgaste psicológico e, muitas vezes físico, é enorme. Mas, se o é para os políticos candidatos, que dizer daqueles que são diariamente assediados para apoiar este ou aquele candidato? A pressão é tanta, que muitos desistem simplesmente de participar, de contibuir para uma cidadania ativa só para fugir a esta pressão.

Todos são precisos para definir o futuro do país. E mais ainda para definir o futuro do Partido Socialista. Não deixo de pensar que, da mesma forma que há políticos que se afastam da política porque estão pura e simplesmente fartos, também haverá simpatizantes que gostariam de participar e não o fazem devido ao tipo de política que alguns quadrantes socialistas praticam um pouco por todo o país. O que alguns políticos (aparelhistas, carreiristas, o que quiserem chamar-lhes) ainda não perceberam é que não são os militantes que decidem, na recta final, quem vai liderar o Governo, é o povo. E quando o povo decide que não confia, independentemente do trabalho do líder, a decisão é inequívoca: o voto não será para ele.

Ainda que tenhamos ganho eleições aqui e ali, as vitórias de Pirro não são verdadeiras vitórias. São alertas. E são alertas que devem ser considerados, e não argumentos utilizados como tira teimas de quezílias inter-federativas. Podemos dizer que um candidato é melhor do que o outro? Obviamente que sim.

São bons candidatos, mas há um candidato capaz de mobilizar Portugal para a participação cívica, um verdadeiro líder, que conquista, que traz esperança. Não pensem os incautos que defendemos a ascensão de um super herói, ou de uma qualquer figura reencarnada do D. Sebastião, não.
Defendemos a liderança de alguém capaz de, inequivocamente, levar o Partido Socialista a uma esmagadora vitória nas próximas eleições legislativas.

Defendemos a liderança de alguém que não tem vergonha da herança socialista – que reconhece que errámos, mas que aprendemos com os erros cometidos. Alguém que reconhece os erros, mas tem orgulho das coisas que fizemos bem, e que pretende aprofundar as medidas positivas criadas em governos socialistas e que realmente fizeram a diferença.
 
 Defendemos a liderança de alguém que quer lutar por uma maioria absoluta, e não alguém que ameaça não governar caso não tenha maioria.
Defendemos alguém que pensa para além da vitória de pirro, alguém que pensa para além do mandato enquanto Secretário-Geral, que tem uma agenda para uma década e não uma agenda de interesses pessoais a médio prazo.

Defendemos alguém que já demonstrou que tem capacidades governativas, que tem qualificações adequadas ao desempenho das suas futuras responsabilidades. Defendemos a liderança de António Costa porque o país precisa, porque a Madeira precisa. Não é perfídia, é sentido de responsabilidade.
É este o momento. Participem.

domingo, 24 de agosto de 2014

Hora da verdade

FILIPE MALHEIRO, Jornalista
«Perante a previsão de uma derrota eleitoral, qualquer decisão de aumento de impostos coloca o CDS numa posição ainda mais fragilizada já que o PSD não parece disposto a perder tempo com discussões com o seu parceiro sobre temas mais melindrosos.»
 
 
A coligação nacional entre PSD e CDS está cada vez mais pressionada por fatores políticos e financeiros que aparentemente não controla, e aproxima-se aceleradamente daquele que parece ser o momento-chave da sua continuidade: as discussões orçamentais. Tudo por causa dos impostos, do sim ou não a aumentos de impostos já este ano, uma vez mais – outra mentira descarada – atribuído ao impacto negativo, em termos orçamentais, da decisão do Tribunal Constitucional. 

A coligação está claramente a braços com algum previsível mal-estar, o CDS está desconfiado e ninguém consegue disfarçar que a coligação está pressionada quer pela discussão de um orçamento retificativo, quinze dias antes de ficarmos a conhecer a proposta de orçamento de estado para 2015, ano de eleições (se antes não acontecer nada...), quer pela perspetiva de que o PS mude de líder nas diretas de 28 de Setembro e que o cenário de eleições antecipadas, em função disso e da impossibilidade de qualquer acordo político da atual maioria com os socialistas liderados por António Costa, ganhe novo fôlego.

Acresce a tudo isto a perceção, por parte do CDS, de que o partido perderá cada vez mais espaço político e eleitoral - as sondagens já conhecidas antecipam um descalabro eleitoral - pelo que a salvação de Portas e do seu partido será a de envolver-se, mesmo que numa posição de humilhante secundarização, mais acentuada que nas europeias, numa coligação com o PSD que dificilmente estará em condições de ganhar as eleições. 

A verdade é que fica a dúvida sobre se esta opção poderá atenuar ou não a previsão de uma derrota eleitoral contundente - mais ou menos o que aconteceu nas europeias de Maio passado em que o PS de Seguro (à beira do fim) acaba por ganhar por pouco mais de 90 mil votos e elegendo apenas mais 1 deputado que a coligação derrotada - que a acontecer, determinará a imediata demissão de Passos e de Portas e mergulhará os dois partidos hoje no poder numa eventual crise interna de disputa pelas respetivas lideranças que os levará a uma “travessia do deserto” mais ou menos prolongada.

Num cenário destes, perante a previsão de uma derrota eleitoral em aproximação acelerada, qualquer decisão de aumento de impostos coloca o CDS, mais do que o PSD - porque este partido, melhor dizendo, este "gang" liderado por Passos e comandita – numa posição ainda mais fragilizada já que o PSD não parece disposto a perder tempo com discussões com o seu parceiro sobre temas mais melindrosos. 

A verdade é que depois da vergonhosa encenação em torno da treta da linha vermelha e do roubo com as pensões e as reformas, matéria com a qual o CDS tentou retirar dividendos políticos e eleitorais por mero oportunismo saloio (que rapidamente caiu no esquecimento porque a roubalheira sucede-se praticamente todos os anos, perante o silêncio de Portas e as "explicações" patéticas de um partido que parece agora agarrar-se ao IRS como um naufrago que não sabe nadar se agarra à bóia de salvação).

Passos, como se viu este domingo, reagiu com indisfarçável irritação, não à antecipação da notícia de eventual aumento de impostos, mas à forma como o assunto foi "trabalhado" por Marques Mendes na SIC, passando a imagem de que era o CDS a resistir a um aumento de impostos, contrastando com o PSD que pretenderia impor esse aumento de impostos, numa curiosa separação, no quadro da coligação, entre o partido bom e o partido mau.

Penso que o mês de Setembro será decisivo para o futuro da coligação PSD-CDS, e apesar de não acreditar que os portugueses queiram resistir de forma diferente do que fizeram até hoje ou estejam dispostos a reagir a qualquer medida de mais austeridade, continuo a afirmar que tudo dependerá das decisões que forem tomadas até ao início de Setembro, de nada servindo a vergonhosa manipulação mentirosa que a propaganda rasca e foleira deste governo de coligação rafeiro continua a promover, sempre que o Tribunal Constitucional decide contra aquilo que a corja de bandalhos que nos governa deseja impor no âmbito da sua roubalheira esfomeada e da teimosia cega de a todos lixar, para melhor se colocar, depois, de cócoras perante o capitalismo, a banca europeia, os escândalos bancários pagos pelos dinheiros dos contribuintes, os especuladores de mercados financeiros, as agências de “rating”, toda essa máfia ranhosa que conhecemos e que passa ao lado das crises que muitas vezes ela própria provoca com resultados lucrativos, penalizando sempre as populações, manipulando todos os processos de decisão dos governos, e enfraquecendo a própria democracia.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Loucuras de Verão - eu apoio o Jornal da Madeira

QUINTINO COSTA, dirigente
do PTP-M

 

Alberto João Jardim continua a entender que apoiar o Jornal da Madeira é impedir o regresso ao passado. Se assim é, até eu apoio o Jornal da Madeira!








Se apoiar o JM implica:
Impedir o regresso de maiorias absolutas ditatoriais;
Das expropriações sem cumprir com os direitos dos proprietários;
Dos avales sem retorno para os cofres públicos;
Da marina do Lugar de Baixo;
De heliportos como o do Porto Moniz;
De ocupação de parcelas de mar para a construção de praias privadas;
Das mega-obras, muitas delas sem utilidade, todas feitas com betão de elevada qualidade, certificadas pela “Cimentos Europa”;
Se é para impedir o regresso de um Governo que não constrói um novo hospital, mas mantem as PPP, vamos todos apoiar o JM;
Vamos apoiar o JM para que nunca mais exista um presidente do Governo que, numa inauguração pública, ordenou aos condutores manobradores para passar por cima dos proprietários dos terrenos sempre que estes impeçam invasões ilegítimas às propriedades.
É necessário acabar com a ditadura, com o partido do posso, quero e mando.
É necessário impedir este regresso ao passado.
Se o instrumento é o JM, vamos a isso. Ditadores nunca mais.
Penso que esta minha ideia tem o apoio da diocese, pois só assim é que se justifica o apoio incondicional da instituição do matutino.
Curiosidade: O líder do PS abriu a campanha eleitoral no Porto Santo prometendo descontos de 50% para quem viajar para aquela ilha. O CDS provavelmente irá prometer um desconto superior.
O mais interessante foi a reação de Alberto João Jardim que, através do seu JM, disse que esta proposta não tem cabimento orçamental.
Ora esta, o Joãozinho acha que se o PSD perder as eleições será ele a elaborar o Orçamento da Região?
Será com certeza interessante a reação dos Sousas a esta proposta socialista. Mais um subsídio governamental. Já “comeram” pouco…
 

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O Jackpot é inimigo da Democracia

DÍRIO RAMOS, engenheiro
 
A Democracia participativa, ao serviço do povo da Região, só é possível quando acabar o jackpot e se construa uma convergência séria, com um programa assente na defesa da contratação coletiva, na produção regional, na agricultura e nas pescas.
 
 
 
 
 
O jackpot Político na Madeira faz com que cada deputado tenha, para além do seu ordenado, mais 100 000 euros /ano pagos pelos contribuintes.
 
Criado por Jardim, este sistema funciona como baluarte do PSD que compra votos, almoços, jantaradas e cria tachos… Assessores, mais assessores de assessores, adjuntos e seus adjuntos, foi e é a vilanagem. Mas o dinheiro, o vil metal, também é o atrativo de políticos corruptos, demagogos, ditos de antijardinistas. São «palhaços - políticos» e dizem o que as pessoas gostam de ouvir.
O perigo reside no desvio da atenção dos problemas do povo, por essa fantochada rafeira, de gente sem escrúpulos que está a encher-se de dinheiro e que tem a cobertura da comunicação social. Outros também apoiantes dos movimentos de Cidadãos, os ditos antipartidos, lutam arduamente para serem partido para comerem no gamelão do orçamento!
Os próximos tempos não serão fáceis para aqueles que defendem um novo rumo, de governo alternativo ao jardinismo, com um programa claro de princípios e metas para ajudar a sair da crise, da enorme dívida pública regional e enormíssima dívida privada dos novos ricos.
 
Qualquer cidadão atento verifica que a comunicação social alimenta todos os dias partidos fascistas e outros partidos ditos antipartidos que nada fazem, que são uma espécie de coitadinhos, gente do tipo algodão doce… Outros, cheios de «massa», fazendo parte do Governo da República, que tudo saca ao mundo do trabalho, aos reformados, que destrói a escola pública e a saúde pública, aparecem na região com o «Projeto Solidário» aproveitando o jackpot!
A Democracia participativa, ao serviço do povo da Região, só é possível quando acabar o jackpot e se construa uma convergência séria, com um programa assente na defesa da contratação coletiva, na produção regional, na agricultura e nas pescas. Um programa de rutura com o sistema Jardinista, quaisquer que sejam os protagonistas do PSD que venham a dirigir este partido.

sábado, 9 de agosto de 2014

Redes e selfies

PEDRO MOTA, Jurista


«Agora é possível tirar milhares de fotografias todas no mesmo local e ver se "fica bom ou fica mau" na hora. O que é uma tragédia! Não dá para andar. As viagens são constantemente interrompidas sob a ditadura da fotografia.»




Esta tem a ver com o Verão e é para rir um bocado: Na minha opinião a fotografia jamais devia ter sido banalizada. É um problema que tenho sempre que viajo acompanhado de amigos e que pode atrapalhar bastante uma viagem: a "necessidade" de tirar fotografias. Às vezes consigo limitar essa "necessidade" a uma fotografia por local de forma a poder viajar; porque viajar é olhar, é estar no café, é beber umas cervejas, etc.
Não é parar inúmeras vezes para tirar fotografias, encontrar o melhor cenário, etc.Tenho a impressão que quem perde muito tempo com fotografias não viaja realmente; anda por lá para que os outros vejam que viajou. Ora, para pessoas como eu (penso que não sou o único) que detestam parar o seu caminho para tirar fotografias, a invenção da fotografia digital ou ultra banalizada acabou por ser uma catástrofe. Antes quando acabava o rolo, acabavam as fotografias (chatice!) e podíamos prosseguir a viagem sem paragens ou demoras…agora não!
Agora é possível tirar milhares de fotografias todas no mesmo local e ver se "fica bom ou fica mau" na hora. O que é uma tragédia! Não dá para andar. As viagens são constantemente interrompidas sob a ditadura da fotografia.
Como se não bastasse, intimamente ligada a esta loucura da fotografia, surge uma nova"tendência" nas redes sociais. É bem tonta e tem uma espécie de anglicanismo que nunca falta quando se trata de novas tendências tontas: a denominada "selfie".
Além de tirarem milhares de fotografias e publicarem todas ou quase todas nas redes sociais, agora as pessoas tiram fotografias de si …tipo "olha eu aqui a espremer os beiços e a esconder as gorduras"…
Isto é normal? Parecem aqueles "atletas" que fazem questão de correr na estrada para toda a gente ver. Algumas vezes com a língua de fora e a "estalar", em figuras absolutamente inenarráveis. Sou obrigado a ver isto? É que nem podemos fechar os olhos porque estamos a conduzir…
Voltando à fotografia: enquanto puder (e ele acreditar em mim) vou repetir a história do índio ao meu filho: a fotografia rouba a alma….foge o mais que puderes das máquinas fotográficas…
Bom Verão!