segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Sobre a Guerra Colonial – citações fortes.


DÍRIO RAMOS, engenheiro
Há 40 anos, estava em Moçambique, onde dentro das Forças Armadas lutava contra a Guerra que matou 8290 militares e milhares de patriotas africanos. De entre os meus apontamentos e reflexões sobre o colonialismo, a Igreja e a PIDE/DGS encontrei estas citações e protagonistas que devem servir de reflexão. 



Para o Cardeal Cerejeira, «Portugal não se pode renunciar a sua vocação histórica e por isso deve fazer a guerra».

 O Ministro Mário Silva, em mensagem aos soldados exortou-os: «Vamos lutar contra selvagens… contra feras…que não são portugueses e porque obedecem às ordens do comunismo internacional».

O Arcebispo de Lourenço Marques, Custódio Alvim Pereira entendia que «Os povos africanos tinham obrigação de agradecer aos colonizadores recebidos,  e , que a Mãe – Pátria tinha o direito de se opor à independência».

Para o Tenente Coronel Hermes de Oliveira, «O adversário é o nosso criado, que nos serve há dez anos; é  o mainato que cuida dos nossos filhos; é o funcionário que se senta ao nosso lado».

O madeirense Manuel Cabral, Bispo da Beira, entendia que «não deve haver direito de julgar e acusar a PIDE/DGS que trabalhava para a segurança da Pátria».

O General Rebocho Vaz, Governador de Angola afirmou que «Onde quer que exista um catecismo, encontra-se um terrorista».

Na Homilia à Ação de Graças, na despedida do general ultra-colonialista Kaúlza de Arriaga, o padre João Cabeçadas, capelão-mor, fez o seguinte elogio : «Após 4 anos de total dádiva à missão que vos trouxe a Moçambique, quisestes vir até junto deste altar, onde vos ajoelhastes ao longo destes anos, para render graças ao senhor Deus dos exércitos" e, mais continuou adiante: «somos testemunhas, (capelães militares) que tudo fez para harmonizar as exigências da guerra, com a doutrina da Igreja... Agradecemos a Deus Pai, por Cristo e em Cristo a compensar a generosidade de V. Exa».

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