sexta-feira, 16 de maio de 2014

Afinal há mais do que um Único e Importante na Madeira

 
QUINTINO COSTA, dirigente
do PTP-M
 
"Não esperavam era que alguém que, no dia da liberdade e em nome da democracia, apresentou uma candidatura para governar o Funchal, tivesse a mesma atitude ditatorial do senhorio da Quinta Vigia e de Salazar – 'eu sou o Presidente', afirma Sua Excelência. Manda e desmanada, dá podres e tira poderes sem consultar ninguém".
 
 
 
Há uns anos, a Região e o País escandalizaram-se com declarações do Presidente do Governo Regional que afirmou publicamente que era o Único e Importante.

Nunca percebi por que motivo tal afirmação motivou tamanho alarmismo. Afinal, foram proferidas por um herdeiro do antigo regime que nunca se confessou arrependido dos textos e palavras proferidas na altura da velha senhora defendendo o governo salazarista. Tal criatura não tinha necessidade de relembrar que era Único. Até os mais despercebidos apercebiam-se disso.

Salazar também dizia que quem não estivesse com ele era contra ele e um traidor à Nação. Ora, Salazar era o presidente de um regime ditatorial e poderia afirmar em alto e boa som "eu sou o presidente".

Infelizmente, os madeirenses sempre estiveram habituados a este tipo de afirmações. O que não esperavam era que alguém que, no dia da liberdade e em nome da democracia, apresentou uma candidatura para governar o Funchal, tivesse a mesma atitude ditatorial do senhorio da Quinta Vigia e de Salazar – "eu sou o Presidente", afirma Sua Excelência. Manda e desmanada, dá podres e tira poderes sem consultar ninguém.

Eu, apoiante desde a primeira hora desse projecto, estou decepcionado que uma intriga entre dois miúdos, colocasse em causa a esperança da mudança, da liberdade e a verdadeira chegada da democracia à capital da Madeira. Não por obra do "Divino Espírito Santo", mas pelas lutas durante décadas de muitos madeirenses, muitos que não estavam na coligação e até abraçavam outros projectos políticos, mas que contribuíram para o desgaste do PSD, para que agora dois professores de história, de forma básica e numa atitude pueril, virem colocar em causa essa esperança do povo.

Quando foi alcançada a vitória, um deles afirmou que ficaria para história, é verdade, mas pelos piores motivos.

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