quarta-feira, 6 de agosto de 2014

'Mudança' - Verdade ou mentira?

 


 
Lembramo-nos bem do slogan "Mudança". O slogan continua a marcar presença, a vincular partidos e a vincular lideranças. Mas quando confrontados com o termo "mudança", a grande questão que se coloca é realmente só uma: Onde está a mudança?
 



O rescaldo das eleições europeias fez nascer um movimento de insatisfação perante a atual liderança do PS, a qual considero legítima, por razões muito simples.
Com estes resultados pergunta-se, impreterivelmente, qual é o único timming para aparecer uma candidatura séria dentro do PS? É este. Não é antes, nem é depois. É agora. Apareceu um resultado em que a vitória foi parca, a chamada "vitória de pirro", que soube a pouco. Um pouco por todo o país existiam cartazes e panfletos com a palavra "Mudança", sem rosto, sem protagonista, com uma bagagem que diz que de mudança só tem o nome. Ganhou em ambiente de desastre completo, numa coligação que se mantém de pé por demérito daquele que tem vindo a ser o papel da oposição. Ganhou com uma vantagem de 3%, com a indicação de que o PS a seguir este "novo rumo", esta "mudança", perderá as próximas eleições. É impossível fechar os olhos e manter a inércia. Importa mudar. Mudar rapidamente, antes que o desaire nos marque para sempre.
O que está claro neste panorama de indefinição política da atual liderança é que António Costa, pelo background académico, profissional e pelo posicionamento político interno, demonstrou que é manifestamente a verdadeira mudança em relação à atual direção do PS. É um líder. E como qualquer verdadeiro líder, não teme ir a Congresso. Nem o temerá, certamente, para consolidar o seu mandato.
O que tem que ficar claro, para militantes e simpatizantes, é que estamos a votar para que um representante do PS possa ser Secretário Geral e Primeiro Ministro. Na prática, estamos a discutir uma inequívoca candidatura à liderança do PS, candidatura que promove a cidadania. Mas o cidadão não tem só direitos, tem deveres. E este apelo feito aos diferentes cidadãos, sejam eles mais ou menos simpatizantes, militantes ativos ou inativos, deve ser encarado como um dever de todos aqueles que se revêm na declaração de princípios do Partido Socialista para se pronunciarem sobre o que pensam sobre a atual liderança do PS.
O PS não pode estar refém de lógicas e estratégias de interesse pessoal, a qual nos tem vindo a descredibilizar profundamente nos últimos anos. Este ambiente verdadeiramente socialista, onde se vai votar numa abertura ao exterior totalmente inédita; onde, pela primeira vez na história da política portuguesa, existe uma relação direta entre o eleito e o eleitor, deve ser valorizada e respeitada no seu pleno.
Daí que o jogo baixo das ameaças, chantagens e do discurso de alguém que se diz legítimo para terminar o seu mandato e que não aceita congresso extraordinário, mas pede que o Primeiro Ministro (igualmente eleito, de forma igualmente legítima) se demita, só vem prejudicar aquela que deve ser a intervenção política do PS.
Que se discuta com rigor e seriedade as matérias que são de extrema relevância para o povo, para o país, para a Madeira. Que se debatam temas regionais que nos afetam diariamente e que aumentam os custos da insularidade numa altura em que a austeridade se alimenta dos mais fracos.
Deixemo-nos, enquanto políticos, de dar razão ao povo quando diz que somos todos iguais. Pautemos pela diferença, pela positiva. Sejamos verdadeiramente diferentes, mas melhores. A Madeira agradece.
 

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