quarta-feira, 9 de julho de 2014

Eleições – parte II

PEDRO MOTA, Jurista


Penso que não será possível ao presidente da Liga lá continuar por muito tempo agarrado da
pior forma a todos os subterfúgios possíveis e imaginários (com a “bênção” do Sporting
que diz pugnar por um futebol mais credível?!)




No futuro
Ainda nesta reflexão sobre eleições é minha opinião que o futuro da democracia não
passa por estes partidos. Pelo menos desta forma em que existem hoje. A novidade das
eleições primárias “à americana” acabará por vingar sendo imprescindível uma
modificação de todo o funcionamento dos “aparelhos” partidários. Este deixarão de
existir e os caciques ou traficantes de influências que dominam os partidos não terão
lugar.
 
Não serão feitas listas eleitorais em que uns são eleitos à boleia de outros. O
futuro será este mas não quer dizer que seja melhor, mais claro ou transparente. Os
“traficantes de influências” serão perfeitamente identificados e até poderão ser
profissionalizados, como os “lobbyists” norte-americanos. É demasiado notório o
desencanto dos cidadãos com os partidos para que tudo continue como está!

Na Liga
Grande golpada levada a cabo pelo presidente da assembleia geral da Liga que
propositadamente excluiu do acto eleitoral regularmente convocado duas listas para
ficar só uma lista, a do actual presidente da liga. “Eleito” com 7 votos de um universo
de mais de 50 ainda acha que tem legitimidade para decidir o destino do futebol
português.

Durante a eleição, pura e simplesmente não permitiu qualquer esclarecimento sobre a
exclusão das candidaturas ou sobre a legitimidade da única lista presente. Porque sim!
Depois de “eleito”, tomou logo posse e continuou sem permitir qualquer ponto de
ordem à mesa ou qualquer tipo de pedido de algum associado que fosse contrário à sua
“ideia”.

Isto é estar agarrado ao poder! É inconcebível que isto ocorra numa instituição como a
Liga Portuguesa de Futebol em que os associados até já foram impedidos de entrar
porque as portas estavam fechadas a cadeado (para não ser permitida a marcação de
uma Assembleia-geral).
Penso que não será possível ao presidente da Liga lá continuar por muito tempo agarrado da
pior forma a todos os subterfúgios possíveis e imaginários (com a “bênção” do Sporting
que diz pugnar por um futebol mais credível?!)

Mas o paradoxo maior é que este indivíduo continua a agir sem que nada aconteça. Pelo
menos durante uns meses até que existam resultados das diversas acções e impugnações
levadas a cabo pela maioria dos associados. Isto só em Portugal! Aliás, muitas vezes
estas golpadas eleitorais só chegam a ser discutidas em Tribunal anos depois da eleição,
perpetuando o logro em que cai mais uma instituição.

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