domingo, 13 de abril de 2014

Portas - o homem sem memória

DÍRIO RAMOS, Engenheiro
O seu amigo Passos tem com ele uma relação de teimosia, de casmurrice, uma espécie de omor/ódio. Vai chegar ao fim do mandato e, nessa altura, dará novamente « cartas», com o PSD ou com o PS o que interessa é estar, onde ele odeia estar, no Poder! Portas na sua cruzada afirmava que nunca, jamais, iria para a política. Imagine-se que Portas gostava de política! O que seria!?


O jovem Paulo, sempre inquieto, saiu da JSD e do PSD em 1982, e nove anos bastou-lhe de militância. Para ele os Partidos eram uma maçada, uma chatice! Os quadros dos partidos eram medíocres, só lá estavam para subir na vida… A sua preocupação era com aqueles que iam para os partidos burgueses, PS, PSD e CDS. Paulo era anti-burguês! Paulo fazia justiça aos militantes do PCP, que não iam para o partido para ter tacho. Discordava do PCP, também era o que faltava, mas os comunistas para ele eram coerentes. Ele era o «manda-chuva» do Jornal independente que denunciava negociatas em Portugal e nas ex-colónias, e até o caso do fax de Macau que descobriu as luvas do governador Melancia.

Emocionava-se quando falava dos partidos! Era uma espécie de anarquista, afirmava-se geneticamente contra o poder e, falando de «coração aberto», não tinha dúvidas: no dia em que algum amigo dele fosse do poder, Paulo não hesitaria em combater o seu amigo e abandonava-o Todos os políticos eram uma desgraça, não tinham pensamento político.

O seu irmão Miguel, ainda membro do PCP naquela altura, já não era comunista, segundo Paulo. Comparando Cavaco com Salazar, é claro na diferença entre eles: o Dr. Cavaco não é democrata nem deixa de ser… Salazar era voluntariamente anti – democrata. Para Paulo, Salazar teve pensamento político, Cavaco não tem. Salazar, foi bom até 1958, afirma Paulo que em democracia pós 25 de Abril, Salazar ganharia muitas eleições. Afinal Paulo foi para o CDS. Apoiou, durante tanto tempo Manuel Monteiro até o destruir.

A Monteiro restou-lhe fundar o PND, o partido da verdadeira direita, hoje barriga de aluguer de implosivos anarco-fascistas. Ele é um fascinado pelas juventudes, pelos idosos… dá beijinhos , vai às feiras e não há «cigano» que não o conheça… Juntou-se ao ex-maoista Durão Barroso. Foi para o Poder que tanto detestava! Passou tanto tempo a viajar, papou quilómetros de avião e só tinha algum sossego quando estava no ambiente azul com bolinhas ao centro e lugares cintilantes. Foi um férreo inimigo de Sócrates, e isso valeu-lhe ter de ir para o poder, que ele tanto odeia…

O seu amigo Passos tem com ele uma relação de teimosia, de casmurrice, uma espécie de omor/ódio. Vai chegar ao fim do mandato e, nessa altura, dará novamente « cartas», com o PSD ou com o PS o que interessa é estar, onde ele odeia estar, no Poder! Portas na sua cruzada afirmava que nunca, jamais, iria para a política. Imagine-se que Portas gostava de política! O que seria!?

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