sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

BOAS FESTAS O TANAS!

 
O problema deste povo, mais do que a memória curta que é uma das suas imagens de marca, é que saltita de festa em festa, numa euforia desmedida. Metem-lhe a mão no bolso ou o dedo sabe-se lá onde, mas para este povo roubado, espoliado, empobrecido
                        e ridicularizado, o que conta é a festa.

 
A quatro dias do Natal, não tarda muito para que, inevitavelmente, tenhamos a repetição da palhaçada do costume. Falo das mensagens natalícias hipócritas lidas por gente hipócrita. O costume, nesta altura do ano. Até Cavaco, qual "rainha de Inglaterra", vai escolher a melhor poltrona para perorar, agora no Natal ou lá mais para o fim do ano, sobre as baboseiradas do costume. Oblá-blá que já chateia, e que explica por que razão não queremos mais aturar este contorcionismo de quem tem andado a lixar este povo e este país.

Mais valia que o homem se disfarçasse de pastor sem gado e saltasse para dentro de um qualquer presépio gigante e lá ficasse durante umas semanas. Ficaríamos todos livres das teorias natalícias do costume e das banalidades presidenciais que já tresandam. Bom seria que o homem não fosse sozinho nessa sua aventura “presepiana” que lhe recomendaria. A ideia era levarconsigo um Coelho também Passos – por mim este até podia ir disfarçado de bezerro d´ouro que não me importava nada… - que tanto o ridiculariza, provoca e afronta o inquilino de Belém aos olhos dos cidadãos. Pudera, o homem não quer chatices. Agora são os presépios de Mariza que exige sorrisos de todos nós. Eu dava-lhe um sorriso, olé se lhe dava…
 
Diria mesmo que este Coelho, que também é Passos,bem podia substituir nas palhinhas da manjedoura o menino Jesus,”lui-même”, que certamente ficaria mais aliviado por não ter que aturar tão medonha e sinistracompanhia. O meu problema, melhor dizendo, a minha dúvida é saber se, neste quadro de novos protagonistas num imaginário presépio natalício, a vaca e o burro não se passavam dos carretos por causa da presença destesintrusos nesta história do faz-de-conta...

À podridão emanada por quem (des) manda neste país, não podia faltar aquelas patéticas farsas do costume, as mensagens de Boas Festas a um povo cada vez mais pobre, humilhado, roubado e emigrado. Boas festas o raio que os parta a todos!

Vão para a televisão com conversas tontas e votos de Bom Natal ou Bom Ano, ao mesmo tempo que andaram366 dias a meter a mão no bolso dos cidadãos,roubando-lhes descaradamente por decreto. E o outro, qual “rainha” sem trono, ou menino mimado com a mania que adivinha tudo, limita-se a virar a sua carinha laroca para o lado como se não fizesse parte de um filme onde é realizador e produtor. Alguns até levam esposas, filhos, animais de estimação e outras “peças” para alindar o quadro televisivo nestas palhaçada!
 
Um dia destes os que roubam salários e cortam pensões e reformas, hipocritamente vão sentar-se frente a uma câmara de televisão e com aquele cinismo do costume, a imagem de marca da corja bandalha que nos desgraça, vão desejar-nos um Bom Natal. Depois de tudo oque fizeram e semanas antes, quiçá depois dos Reis, de se vingarem do chumbo do Tribunal Constitucional e voltarem a roubar-nos a todos.

Espero que as pessoas ao menos poupem ovos, tomates e outros objetos, porque de nada serve atirá-los aos écrans das televisões que não têm culpa nenhuma, coitados, de serem meras caixas-de-ressonância de umas bestas que gozam de todos nós.

O problema deste povo, mais do que a memória curta que é uma das suas imagens de marca, é que saltita de festa em festa, numa euforia desmedida. Metem-lhe a mão no bolso ou o dedo sabe-se lá onde, mas para este povo roubado, espoliado, empobrecido e ridicularizado, o que conta é a festa. Quando acordar dessa triste apatia, quando perceber que lhe andaram a cantar a canção do bandido, provavelmente será tarde demais.

Diz-se que cada povo tem o que merece e que não foge ao destino que lhe está reservado. Como a democracia é isso mesmo, um sistema político que nasce no povo e emerge do povo, direi adicionalmente que cada povo tem os governantes que quer. E merece.

A crise? Que se lixe a crise, porque a festa vem aí. Cortes de salários? Não se fala nisso durante uns dias, porque a festa está à porta! Desemprego, fome, roubos nos salários, reformas e pensões? Que se lixe tudo isso porque estamos em festa e em festa não se fala das desgraças que nos atormentam nos restantes dias do ano.

Boas Festas? O tanas.
Há uns desgraçados a quem não devíamos poder desejar boas festas. Porque não as merecem. Eles que se lixem.

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