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PEDRO MOTA, Jurista |
Parlamento!»
Foi muito discutida a abstenção nas últimas eleições. Uma das razões para essa situação
e que foi apontada neste espaço de discussão pelo meu “colega de painel” Filipe
Malheiro foi a de não existir uma identificação/relação entre o voto e o candidato. Estou
100% de acordo e até ia escrever sobre isso, não fosse o assunto ter ficado
(superiormente) esclarecido por quem de facto percebe disto. Ainda assim, vou deixar uma
reflexão ligeira sobre o tema porque penso que não está esgotado.
Efectivamente, é importante que exista uma relação entre o voto e o candidato. Acho
extremamente desagradável dar um voto a um partido político para depois dentro dessa
“organização” utilizarem esse voto como alguém pretender. Digo alguém, porque
poderá não ser (e muitas vezes não é) o candidato em quem pretendemos confiar. E isso
afasta! Afasta os eleitores, não tenhamos dúvidas.
A solução aventada por alguns é o voto obrigatório! Acaba por ter alguma piada e não
deixa de ser um paradoxo! A democracia é isto! Somos obrigados a votar!
Ainda assim, atrevo-me a avançar uma solução que não é minha. É da autoria de um
amigo meu e acho-a muito interessante, principalmente notando essa ideia do voto
obrigatório.
É assim: eu não me importo que o voto seja obrigatório desde que o último dos
quadradinhos do boletim diga: “nenhum dos que estão acima”. Mas atenção!
Se o eleitor assinalar este quadradinho “nenhum dos que estão acima”, este voto deverá
ser contabilizado como “voto zero”. Isso quer dizer que ninguém ocupa o lugar no
Parlamento! Pois é!...o “voto zero” determina que o eleitor não reconhece a qualquer
dos candidatos ou partidos categoria suficiente para ocupar um lugar no Parlamento,
pelo que a conjugação desses votos redundaria na eliminação de lugares no Parlamento.
Esta parece-me ser a solução verdadeiramente democrática e que melhor expressa a
vontade do cidadão. Terá de ser trabalhada mas penso que será de possível aplicação.
Devo dizer, em jeito de conclusão, que a ideia de eleições em que os que não são
militantes podem escolher um líder partidário parece ser uma excelente solução! Penso
que o futuro será assim e com esse avanço deixará de existir uma negociação partidária
tão “cerrada” como existe hoje.
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